Opinião

Não acho que chamar o filme de Um Amor A Cada Esquina ajuda. Pelo contrário, atrapalha. Inclusive fui assistir a contragosto, achando que seria uma daquelas comédias bobas e apelativas, mais do mesmo. Embora já tenha ouvido comentários por aí de que a história é sem graça, confesso que sai do filme achando que ele cumpre, sim, o que se propõe: diverte, distrai e dá um tom independente pra um filme que tinha cara de ser uma bobagem só.

Não estou dizendo que você vá encontrar algo muito diferenciado, estilo Frances Ha, ou Sentimentos que Curam, ou até O Amor é Estranho. Não é bem isso, mas está um pouco mais perto de algo como À Procura do Amor, do que comédias pastelões como Quero Matar Meu Chefe – se é que eu posso dizer isso. Aliás, tem um jazz de fundo e uma voz em off da atriz Imogen Poots que lembra até as narrativas de Woody Allen.

Pra minha surpresa, isso fez algum sentido nos créditos: um dos produtores é Noah Baumbach, diretor de Frances Ha e de Enquanto Somos Jovens – aliás, logo mais ele entra em cartaz com outro filme, Mistress America. É por essas e outras que este filme de título ruim (gosto do original) até que foi uma grata surpresa. Ainda mais quando o final ganha a participação ilustríssima de… Não vou ser estraga-prazer.