À BEIRA-MAR – By The Sea

Cartaz do filme À BEIRA-MAR – By The Sea
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Opinião

Teve gente que saiu no meio da sessão. O casal. Não voltou. Faz sentido, se não sabia qual era o ritmo e tom do filme. Por isso é tão importante saber qual é a indicação, pra que ela combine com seu estado de espírito. Da última vez que Angelina e Brad Pitt estiveram juntos na telona, o tom era outro. À Beira-Mar não tem nada a ver com Sr. e Sra. Smith. É o oposto. É frio, lento, melancólico, introspectivo. E triste. Tem foco em um casal em crise. Profunda. Fica, então, explicada a saída sorrateira do casal (que não parava de olhar no celular), do escurinho do cinema.

Dito isso, não digam que não avisei. E não entrem no cinema com a cara metade se o clima estiver meio estranho entre vocês. À Beira-Mar deixa bem claro que casamentos de longa data (aqui são 14 anos) não são fáceis, já têm que dar conta de carregar as frustrações e angústias acumuladas e precisam de dois na luta para fazer dar certo – e não um só. Vanessa (Angelina) e Rolando (Brad Pitt) vivem um momento difícil e resolvem passar uns dias em um lugar maravilhoso, à beira-mar, na ilha de Malta, para espairecer. Ele precisa de inspiração para seu novo livro e ela, de paz de espírito. Até que se distrair com um casal em lua de mel parece ser a válvula de escape para toda a avalanche de emoções contidas.

Mas não há diálogo. Rolando é amoroso, quer resolver, quer virar a página; Vanessa é fria, monossilábica e profundamente triste. Ambientado nos anos 70, é lindamente construído, tem uma luz elegante, assim como o casal e todos os seus adereços. Faz pensar numa melancolia própria da mulher que não encontra seu lugar no mundo. Mas o filme deixa claro que a tristeza tem um motivo específico e confesso que esse detalhe foi desnecessário. Sugerir algo teria sido melhor do que concluir no final. Teria deixado o filme ser o que ele é: uma fotografia de um casamento, sem que fosse necessário algo extra para estar triste ou sentir-se sozinho. Gosto de filmes inconclusivos, que nos dão assas pra imaginar – tanta poesia cênica combina com isso. Mas não foi assim que Angelina quis. Sua Vanessa precisou de um motivo e isso pra mim tira a áurea de mistério que ela consegue dar ao personagem. Mas Angelina é quem manda; Brad, pelo jeito, só obedece.

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