MEU NOME É BAGDÁ

Cartaz do filme MEU NOME É BAGDÁ

Opinião

MEU NOME É BAGDÁ foi apresentado no Festival de Berlim ano passado, eu tava lá mas perdi. Ainda bem que deu pra assistir agora.
O filme recebeu o prêmio Grand Prix na categoria Generation em Berlim e tem tudo a ver com a sua proposta. Bagdá é essa personagem da foto, feita pela skatista Grace Orsato, de 23 anos. É o seu primeiro papel no cinema. Tem personalidade, transita naturalmente pelo espaço do skate, trazendo um recorte que se encaixa sensivelmente no comportamento dessa geração.
Aliás, Grace nem parece novata. Fala com propriedade do machismo dos skatistas, da cumplicidade das outras garotas, da sororidade que se transforma rapidamente em força, respaldo, respeito, razão, pra trazer à tona assuntos como abuso, machismo, violência, homofobia. Bagdá mora na Freguesia do Ó, periferia de São Paulo, que representa todas áreas consideradas periféricas das grandes cidades, no seu sentido mais amplo, de estar à margem.
Caru Alves conta essa história feminina, que não só passa, mas se embasa nas cenas familiares, dominada por mulheres. Bagdá tem duas irmãs que juntas formam um trio espetacular de quem se vira nos 30 pra encontrar graça, leveza, poesia no dia a dia. A elas se juntam a mãe, tia, amigas do bairro pra botar ordem na vida onde homens folgados e abusivos ainda acham que podem chegar sem serem chamados.
MEU NOME É BAGDÁ é uma narrativa dentre outras que têm surgido com olhar feminino na direção, no roteiro, na produção, na fotografia, na direção de arte. Ainda bem. O mesmo visto com outros olhos é sempre um convite à reflexão. Quando à energia e sinergia que têm todas mulheres do elenco, a pequena Bia é uma pérola à parte!

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