O BAILE DAS LOUCAS – LE BAL DES FOLLES

Cartaz do filme O BAILE DAS LOUCAS – LE BAL DES FOLLES

Opinião

O BAILE DAS LOUCAS é sobre saúde mental, mas também sobre a condição da mulher no final do século 19. Lindamente ambientado em Paris, reforça aquilo que já sabemos e que outros filmes também trazem sobre os hospitais psiquiátricos como verdadeiras e desumanas fábricas de loucura.

Eugénie é uma mulher a frente do seu tempo. Diferente das outras que aceitam sem titubear o casamento como futuro certo, ela quer ler, aprender, entender os acontecimentos do momento. Mas Éugénie fala com os mortos, tem visões. E, como já sabemos, aquilo que nos faz pensar fora da caixa pode ser ameaçador aos olhos de quem precisa manter o poder e as aparências.

Internada no hospital psiquiátrico Salpétrière, em Paris, Eugénie nos leva para o interior da manipulação da mente e dos corpos das mulheres trancadas e esquecidas ali. É com a enfermeira Geneviève, feita pela atriz Mélanie Laurent, que também dirige este longa, que vamos acompanhar o calvário de Eugénie, que é certamente romantizado no filme, porque sabemos que, em questão de saúde mental, a realidade era ainda bem mais desumana do que vemos retratado na tela.

O BAILE DAS LOUCAS se refere à cena final – que é poética e melancólica ao mesmo tempo, numa alusão também às artes da encenação, da dança, da representação, que são capazes de conectar as almas mais desesperançadas.

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