OS TRADUTORES – Les Traducteurs

Cartaz do filme OS TRADUTORES – Les Traducteurs

Opinião

Pra quem não sabe, antes virar jornalista, virei tradutora. Esta é a minha primeira profissão, que me entreteve muito por 20 anos, dos quais vários já envolvida com o jornalismo, já que dentro de um jornal eu traduzia, lá nos confins dos anos 1990.

Me encantei com jornalismo, me formei e só depois surgiu o cinema pra mudar tudo e completamente. Por isso, OS TRADUTORES tem pra mim um gostinho diferente – já que, na verdade, ele não é grande filme, mas é coisa gostosa de ver.

E de acompanhar. Porque tem um “q” de Agatha Christie. A história é a seguinte: o terceiro livro de um trilogia famosa, que já tem uma legião de fãs, será lançado e a editora resolver fazer algo inédito. O lançamento será simultâneo em 10 idiomas, inclusive o original, francês. Para tanto — e para que o conteúdo não vaze — ela contrata 9 tradutores, que permanecerão num bunker luxuoso montando no subsolo de um castelo na França, traduzindo. Ali não tem internet, contato com a família, nada. Estão isolados, até que as traduções estejam prontas.

Só que as coisas não acontecem como planejadas, as primeiras páginas do terceiro livro vazam e o suposto hacker passa a chantagear a editora.

Grande parte do filme será descobrir quem vazou, naquele jogo em que várias pessoas têm um motivo pra serem o culpado.

Tudo isso pra dizer que a tradutora dinamarquesa diz exatamente o que me levou a começar a escrever sobre cinema: que sempre quis ser escritora porque tinha uma alma criativa que precisava extravasar. Queria escrever pra ver o mundo; sentia-se frustrada por ter sempre o original de alguém pra soltar o verbo. Faço minhas as suas palavras! Surge o Cine Garimpo. Deste momento de inconformismo e incompletude.

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