SEM DATA, SEM ASSINATURA – No Date, No Sign

Cartaz do filme SEM DATA, SEM ASSINATURA – No Date, No Sign

Opinião

Por Suzana Vidigal

O cinema iraniano chega sempre profundo, trazendo dilemas universais, passando pela linha tênue do que separa o ser ético e dormir com consciência tranquila, do ser livre e conviver com a culpa oculta. Sem Data, Sem Assinatura vai nessa toada. Mesmo se ninguém ficasse sabendo da verdade e ela fosse algo que prejudicasse toda a sua carreira e vida pessoal, você a traria à tona?

O médico forense Kaveh Nariman se envolve em um acidente de carro, oferece ajuda, mas a família ferida não aceita. No dia seguinte, depara-se com o corpo de uma pessoa no IML e desconfia que pode ter relação com o acidente. Mesmo que a autópsia indique outra causa, Nariman sofre e não sabe que decisão tomar.

Sobre integridade e caráter, Sem Data, Sem Assinatura fala da consciência tranquila, do quem-não-deve-não-teme. E quem deve, mas ninguém sabe? Deve colocar tudo a perder? O exercício de mea culpa feito pelo médico é íntimo e profundo, no seu olhar para a família do outro, para a culpa que, por sua vez, o outro carrega, e pela consequência dos seus atos velados. É sobre tomada de decisão, claro. Sempre há dois caminhos na hora da revelação. Verdades, então, há várias. Cada um tem a sua.

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