THE POST – A GUERRA SECRETA – The Post
Opinião
Vários motivos valem seu ingresso pra ver The Post – A Guerra Secreta. O trio Meryl Streep, Tom Hanks e Steven Spielberg fala por si só; a história real sobre as mentiras que o governo americano contava sobre a Guerra do Vietnã é tão real e atual quanto a gente queira imaginar; a reconstrução da época é minuciosa pra quem lembra das roupas, gadgets, músicas dos anos 1970 – e como se fumava! Spielberg faz um filme com um toque de humor sutil e drama na medida da dinâmica do jornalismo investigativo – da dinâmica e da importância do jornalismo que reafirma a força e o fundamental vigor da liberdade de imprensa e de expressão.
Considerado um jornal regional, na sombra do NY Times, o The Washington Post passava por reestruturação financeira, abria seu capital no momento em que vazam documentos sobre a Guerra do Vietnã, comprometendo seriamente o presidente Nixon e seu governo. A decisão de publicá-los no jornal, sob pena de censura, fica na mão da dona do veículo, Katharine Graham (Meryl Streep, também em A Dama de Ferro, Entre Dois Amores, As Pontes de Madison, As Horas), que assume o jornal depois que seu marido morre e precisa permear pelo universo absolutamente masculino do mundo financeiro, jornalístico e empresarial.
The Post é uma homenagem à liberdade de imprensa e ao jornalismo investigativo com ferramenta fundamental de controle das ações do governo. Só diz a verdade quem é livre. Mas precisa ter coragem. Spotlight tem esse viés também, mas é contra a Igreja. The Post é sobre a isso – independente de Katharine ser mulher, a denúncia seria importante de qualquer maneira e fundamental para deflagrar o caso Watergate, escândalo que vem na cola deste – que culmina na renúncia de Nixon.
Virei jornalista quando já tinha computador na redação. A tela era verde, mas era computador. Confesso que, ao entrar naquela redação do The Post, a linha de produção à base da tipografia, da máquina de escrever, do papel impresso e do cigarro me levou pra outros tempos.
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